sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Senado aprova diploma para o Jornalista

 

 
Por 60 votos a favor contra quatro votos, a exigência do diploma para o exercício da profissão de Jornalista foi aprovada pelo Senado, em 7 de agosto, no segundo turno. Dentre os quatro votos contra, apenas Aluysio Nunes (PSDB-SP), que manifestou sua opinião contrária ao diploma. “Por volta das 20h30, a PEC dos Jornalistas foi colocada em discussão e votação. A primeira fala, única contrária a manifestar-se no microfone, foi do senador Aluysio Nunes (PSDB/SP)”.
 
 

Após a aprovação da PEC 33/09 no Senado, a Comitiva de Jornalistas reunida em Brasília, agora tem de cobrar o compromisso assumido pelos deputados, quando foram unânimes pela exigência do diploma de jornalista com curso superior para o exercício da profissão.

Aprovação da PEC 33 dos Jornalistas agora é na Câmara dos Deputados.


 
Câmara dos Deputados é o novo palco da luta

“O Senado mostrou sintonia e sensibilidade com o desejo da sociedade e dos jornalistas pela qualificação e valorização do jornalismo. Temos certeza de que, com mais luta e mobilização, a Câmara dos Deputados fará o mesmo”, considera o presidente da FENAJ, Celso Schröder.

No Salão Verde do Congresso Nacional, a comitiva reuniu-se com o presidente e a vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Diploma, os deputados Paulo Pimenta (PT/RS), autor da PEC 386/09, e Rebeca Garcia (PP/AM). Posteriormente houve contato, ainda, com o deputado Marco Maia (PT/RS), presidente da Câmara dos Deputados.

A comitiva, com mais de 60 participantes, ocupou as galerias do plenário da Câmara. Com a movimentação dos jornalistas bastante visível, alguns parlamentares, entre eles o deputado André Moura (PSB/SE) – autor do projeto de lei que prevê o estabelecimento de um piso salarial nacional para os jornalistas -, registraram a presença, repercutiram a decisão do Senado do dia anterior e solicitaram mais celeridade na tramitação da matéria na Casa.

Solidariedade e comemoração

A Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) comemorou, no dia 8 de agosto, a aprovação da PEC 33/09. A entidade “defende a valorização da formação universitária, a qual se desdobra em ensino, pesquisa e extensão, e, por oportuno, a Associação destaca a propriedade da recente decisão do Senado Federal e se solidariza com instituições e movimentos sociais no processo de reconhecimento legal do diploma profissional de jornalismo como necessário para o exercício da profissão”, registra a nota emitida.
 
O Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) comemorou, juntamente com a FENAJ e SBPJor. ”Ao somarmos esforços junto ao GT do Diploma da FENAJ, que agora voltará seu trabalho à Câmara dos Deputados, reforçamos a importância da formação jornalística para o exercício da profissão”,

http://youtu.be/jtuOLL3zwxM - Assista o Presidente da Fenaj, Celso Schröder, falando sobre aprovação da PEC – 33/09 do Diploma de Jornalismo para o exercício da profissão.


* Carlos Chagas
 
"A exigência do diploma para jornalistas exercerem a profissão foi aprovada no Senado, quase por unanimidade, pois apenas dois senadores votaram contra. Ainda que a matéria dependa da Câmara, conclui-se haver sido feita justiça, depois que o Supremo Tribunal Federal, em 2009, pronunciou-se contra a obrigatoriedade do diploma.  

 A maioria dos barões da imprensa coloca-se contra a emenda constitucional, assim como aquele bando de jornalistas sabujos, empenhados em bajular o patrão. Além, é claro, de uns poucos bem intencionados coleguinhas que tem todo o direito de pensar e de manifestar-se como bem entendem.
 
 
O argumento fundamental contra o diploma continua pueril: dizem que vai atropelar a liberdade de expressão. Mentira. Acrescentam que o dom de escrever nasce com o indivíduo e que a limitação agride a liberdade. Outra mentira. Ninguém está proibido de escrever em jornal ou de expressar-se pela mídia eletrônica. Apenas, quem não tiver diploma atuará como “colaborador”. Como jornalista, só quem tiver adquirido nos bancos universitários a gama variada de conhecimentos imprescindíveis ao exercício da profissão. Porque ser jornalista não é apenas dispor do dom de escrever ou manifestar-se pelas câmaras e microfones. Exige saber editar, selecionar, apurar, ponderar, respeitar, diagramar, resumir, coordenar e chefiar, predicados mais fáceis de adquirir os que receberem lições ordenadas de Ética, História, Política, Economia, Geografia, Psicologia e quanta coisa a mais?

Replicam os inimigos do diploma que as Faculdades de Jornalismo são fracas, falhas e lamentáveis, deixando de preparar os jovens para a profissão. Ainda que fosse verdade, e não é, a solução parece longe daquela dada pelo cidadão que para acabar com o adultério da mulher decidiu retirar o sofá da sala. Que se melhorem os currículos, que se fiscalize o ensino, que se acabe com os estabelecimentos “PP”, aqueles do “pagou, passou”.

Quanto ao dom de escrever, basta lembrar que o “seu” Manoel, dono do açougue ali da esquina, é um craque na arte de cortar carne. Tira cada filé de dar água na boca. Por isso deve trocar o avental por um jaleco e operar alguém de apendicite, no hospital ao lado? O camelô da rodoviária dispõe de excepcional dom de oratória. Vende tudo o que apresenta em sua bancada. Estará livre para vestir a beca, entrar no tribunal e defender um réu?
 
A conquista do diploma para jornalista exprimiu a mesma progressão de outras exigências. Antes das escolas de medicina os curandeiros podiam exercer a profissão. Hoje, não podem mais. Vale o mesmo para os advogados, os engenheiros e os arquitetos, entre tantas outras atividades.
 
Quem assina estas considerações é jornalista desde 1958, sem jamais haver cursado Faculdades de Comunicação. Naqueles idos, depois de alguns meses na profissão, ia-se ao ministério do Trabalho para o registro profissional, claro que endossado pela empresa na qual trabalhava. Formavam-se assim os jornalistas, que necessitavam preencher o vazio da teoria pela prática continuada. Ficaram lacunas, hoje preenchidas pelo diploma.
 
Mais um adendo: tirando os que honestamente pensam contra, os demais que se opõem escondem a verdadeira razão de porque assim se posicionam: porque é nos bancos universitários que a categoria se aprimora, adquire amor próprio, sentimento de classe e força para exigir das empresas melhores salários,condições de trabalho e respeito à honestidade e veracidade da notícia. Seria preferível, para os barões, dispor apenas da facilidade de escolher sabujos incapazes de pensar e discernir, adeptos da subserviência a interesses nem sempre verazes e honestos..."



* Jornalista


Fonte: Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas

 

 



 
 





 



 

 








 





 


 




 







 





 







 







 







 







 








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